sábado, 21 de maio de 2011

TELEJORNALISMO: ANÁLISE DE UMA ENTREVISTA


Josué Geraldo Botura do Carmo[1]
Maio/2011


Telejornalismo (entrevista) De frente com Gabi
Sistema Brasileiro de Televisão (SBT)
Entrevistadora: Marília Gabriela
Direção e edição: Maria Helena Amaral
Roteiro: Ingrid Lobiano
Produção: Carol Amorim e Anne Trevisan
Edição de pós: Rafael Cavalli


Dia 10 de abril de 2011 – 00:00 h
Duração 49:45” min
Entrevistado: Fernando Gabeira[2]

Entrevista em quatro blocos.


No cenário do programa, apenas um fundo preto, duas cadeiras e uma bancada de acrílico, a fim de que apenas o entrevistado e a entrevistadora prendam a atenção do telespectador. A bancada transparente nos possibilita ver entrevistado e entrevistadora de corpo inteiro. Ambos ficam sentados o tempo todo da entrevista.

O tema da entrevista foi o a participação do jornalista Fernando Gabeira como guerrilheiro no Brasil na década de 60, com o objetivo de fazer publicidade da novela Amor e revolução de autoria de Tiago Santiago, no SBT, recém estreada. Pudemos conhecer mais sobre a vida do entrevistado e sobre a guerrilha no Brasil. Na entrevista é utilizada uma linguagem informal. É uma entrevista empática, com o objetivo prioritário é revelar aspectos da personalidade do entrevistado.  Entrevistado e entrevistadora tratam-se com intimidade e respeito. Permanecem sentados o tempo todo da entrevista, ela de pernas cruzadas, sentada na beirada da cadeira, como que atenta a todo instante, debruçando-se por vezes na bancada, onde está o roteiro, ele de pernas cruzadas quase o tempo todo na altura dos tornozelos, usando todo o assento, numa atitude de tranquilidade. A entrevistadora fala de maneira afetada, dando a impressão que está falando sempre no superlativo, tanto com as mãos como na tonalidade da voz, embora tenha usado somente uma vez, em palavras, o superlativo. Muitos trejeitos, gestos exagerados e expressões faciais. Muito afetada.  O entrevistador fala com tranquilidade, usando gestos suaves com as mãos o tempo todo de sua fala. Fala com fluência, tranquilidade, sem alterar-se. Com o semblante sempre sereno. O foco da entrevista é o entrevistado, o que caracteriza uma entrevista jornalística.

A câmera focaliza ora a entrevistadora, ora o entrevistado, ora os dois. Algumas vezes focaliza-os de corpo inteiro, possibilitando que os vejamos da cabeça aos pés devido a transparência da bancada.

No primeiro bloco (23’: 38”) há uma introdução para descontração falando de idade e velhice. Na entrevista propriamente dita fala-se de memórias, guerrilha, ditadura militar, AI-5, censura, esquerda armada e esquerda pacífica. Sequestro do embaixador norte americano, dos ideais dos jovens de hoje, de uma nova visão da história.
No segundo bloco (15’:14”) fala-se sobre prisão, tortura, exílio e volta ao Brasil e sobre a proibição da entrada do entrevistado nos Estados Unidos.

No terceiro bloco (8’:36”) Gabeira fala do jornalismo, da política, dos ideais políticos hoje, da democracia, dos políticos brasileiros. Marília Gabriela fala da novela recém estreada no SBT.

O último bloco (3’:17”) fica por conta dos agradecimentos, Marília Gabriela volta a falar da novela recém estreada no SBT, e encerra com um bate bola.

Foi uma entrevista interessante,  em que pudemos conhecer um pouco mais da vida do jornalista Fernando Gabeira, da guerrilha e ditadura no Brasil. Ele nos transmite muita tranquilidade, serenidade e sensatez. Com respostas muito bem estruturadas e inteligíveis. Apesar da forma como a entrevistadora faz suas entrevistas ela conseguiu “fazer emergir a informação, esclarecê-la e mediatizá-la”[3] com muita categoria.











 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

GABEIRA, Fernando. De frente com Gabi. Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). 10/4/2011.

REZENDE, Guilherme Jorge de. Gêneros no telejornalismo. In: MELO, José Marques de. ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. A entrevista e o debate. Curso a distância de Mídias na Educação. Gêneros Informativos da TV. Unidade I, 2011.



[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO – MEC – NTE – MG2. Pós-graduando em Mídias na Educação.

[2] Jornalista, quatro vezes deputado federal, guerrilheiro.
[3] JESPERS, Jean-Jacques. Jornalismo televisivo. Coimbra: Minerva, 1998.

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