sábado, 21 de maio de 2011

REPORTAGEM: EDUCAÇÃO NA CULTURA DIGITAL: Programa Nacional de Informática na Educação

Fevereiro/2011

O Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) é uma ação da Secretaria de Educação a Distância (SEED) lançado oficialmente em 1997, com o objetivo de instalar laboratórios de computadores nas escolas urbanas e rurais do ensino básico brasileiro. Assim, o Ministério da Educação, por meio da SEED, atua como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação a distância aos métodos didáticos-pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras. É, portanto, um programa educacional com o fim de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica, levando às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida os estados, o Distrito Federal e os municípios devem garantir a estrutura adequada, segundo orientação do MEC, para receber os laboratórios e capacitar os educadores para o uso das máquinas e tecnologias.

Para fazer parte do ProInfo Urbano e/ou Rural o município dever fazer a adesão que é o compromisso do município com as diretrizes do programa, imprescindível para o recebimento dos laboratórios. Em seguida deve fazer o cadastro do prefeito no sistema, registrando o nome do usuário e senha, que permitirá lançar as escolas a serem contempladas. As escolas estaduais são selecionadas pela coordenação do ProInfo de cada estado, já as escolas municipais são selecionadas pelos prefeitos dos municípios. Isto significa que a coordenação do ProInfo escolhe as escolas que deverão participar do projeto, assim como os prefeitos escolhem as escolas do seu município que devem participar do projeto, de acordo com as exigências do MEC: as escolas da zona rural de ensino fundamental de 1º ano 9º ano, com mais de 30 alunos, que possua energia elétrica e que não tenha laboratório de informática. E as escolas da zona urbana de ensino fundamental de 1º ao 9º ano, com mais de 50 alunos, com energia elétrica e sem laboratório de informática.
O MEC compra, distribui e instala laboratórios de informática nas escolas públicas de educação básica. Em contrapartida, os governos locais (prefeituras e governos estaduais) devem providenciar a infraestrutura das escolas, indispensável para que elas recebam os computadores. Seguindo diretriz do governo federal, o MEC incentiva a utilização de softwares livres e produz conteúdos específicos, voltados para o uso didático-pedagógico, associados à distribuição Linux-Educacional, que acompanha os computadores do laboratório. O MEC não proíbe a troca do sistema operacional por outros livres ou proprietários. Porém no momento da solicitação do suporte técnico e uma possível reconfiguração do computador a empresa está autorizada a desinstalar qualquer sistema operacional, programas e arquivos existentes, entregando o computador com a configuração inicial. Por isso sugerimos que a escola realize backups e gravações periódicas do conteúdo armazenado nos microcomputadores.

Para orientar sobre como as escolas devem ser preparadas para receber os computadores, o MEC elaborou duas cartilhas, uma para escolas urbanas (ProInfo Urbano) e outra para escolas rurais (ProInfo Rural), que podem ser lidas e baixadas no seguinte endereço: http://sip.proinfo.mec.gov.br

Para Freitas (2011) o Proinfo é um programa educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico de tecnologias de informática e comunicações (TICs) na rede pública da educação básica: ensino fundamental e médio, propiciando uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico, e para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente desenvolvida.  E visa ainda ma melhoria da qualidade e a equidade do sistema de ensino do país. Três são suas vertentes de ações:
  • implantação de ambientes tecnológicos equipados com computadores e
recursos digitais nas escolas públicas de educação básica;
  • capacitação dos professores, gestores e outros agentes educacionais para
a utilização pedagógica das tecnologias nas escolas e inclusão digital;
  • oferta de conteúdos educacionais multimídia e digitais, soluções e sistemas de informação disponibilizados pela Secretaria de Educação a Distância, vinculada ao Ministério da Educação.

Em sua fase inicial o ProInfo tinha por metas estipuladas no planejamento  beneficiar 7,5 milhões de alunos em 6 mil escolas; implantar 200 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) que são centros de excelência no campo da Informática Educativa, estruturados junto às secretarias de educação dos estados; capacitar mil professores multiplicadores em cursos de pós-graduação lato sensu, realizados em parceria com universidades;  capacitar 25 mil professores de escolas públicas;  formar 6 mil técnicos especializados em hardware e software para dar suporte às escolas e NTE; e instalar 105 mil computadores (inclusive 5 mil destinados aos NTE).

Desde seu planejamento inicial do ProInfo houve uma preocupação de se criar um sistema de acompanhamento e avaliação com a definição de indicadores de desempenho que permitissem  aferir resultados e impactos em termos de melhoria da qualidade, da eficiência e da equidade do ensino, com base nos indicadores:
  • repetência e evasão;
  • habilidades de leitura e escrita;
  • compreensão de conceitos abstratos;
  • facilidade na solução de problemas;
  • utilização intensiva de informação de diversas fontes;
  • desenvolvimento de habilidades para trabalho em equipe;
  • implementação de educação personalizada;
  • acesso à tecnologia por alunos de classes sócio-econômicas menos
favorecidas; 
  • desenvolvimento profissional e valorização do professor.

Em complemento, a Secretaria de Educação à Distância patrocinou uma avaliação ad hocao fim da primeira etapa, realizada por uma instituição externa, a Universidade de Brasília. Foram definidos os seguintes aspectos:
  • intensidade e tipo de uso das máquinas;
  • eficiência e qualidade dos cursos de formação;
  • eficiência da atuação dos NTE;
  • eficiência e qualidade dos professores formados nos NTE;
  • eficiência e efetividade do uso de tecnologias de informação e comunicação.

A avaliação interna indicou que o ProInfo apresentou bom desempenho com relação à implementação. Até abril de 2002, tendo conseguido os seguintes resultados:
  • estruturação de 263 NTE (163% da meta);
  • capacitação de 302 técnicos (50% da meta);
  • capacitação de 1.409 professores multiplicadores dos NTE (140% da meta);
  • capacitação de 20.905 professores das escolas beneficiadas (84% da meta);
  • implantação em 2.881 escolas (48% da meta);
  • aquisição de 55.000 computadores e periféricos (52% da meta).

A avaliação externa contratada foi realizada no fim do ano de 2001, de forma amostral.
Avaliação da infra-estrutura nos NTE:

 
·        Dentre 90 e 93% dos entrevistados aprovaram a infra-estrutura.
·        22,5% dos técnicos e 10% dos coordenadores aprovaram as condições de trabalho para suporte
·        92% das estações funcionavam (5% de forma precária).
·        6% das estações estavam danificadas.
·        apenas 2% estavam paralisadas ou extraviadas.
Avaliação da infra-estrutura nas escolas:
  • 89% de aprovação por diretores e coordenadores.
  • 92% das estações funcionavam (5% de forma precária).
  • 76% das impressoras funcionavam (16% de forma precária).

Dados sobre qualificação dos recursos humanos:
  • 67,8% dos professores tinha curso superior completo (23% com pós-
graduação).
  • 70,4% dos professores recebeu treinamento em Informática.
  • A experiência dos professores com Informática no ensino era de, em média, 2,8 anos. Ou seja, começou no ProInfo.
  • 85% dos multiplicadores tinham licenciatura plena.
  • 66% dos multiplicadores participaram de cursos de Informática Educativa.
  • 62% dos técnicos foram capacitados no ProInfo.
  • 89% dos técnicos e 66% dos multiplicadores aprovaram o conteúdo dos
cursos.

Avaliação do ponto de vista dos alunos:
  • 52,9% dos alunos eram do sexo feminino.
  • A idade média dos alunos era de 14,5 anos.
  • 2/3 dos alunos estudavam o nível fundamental e 1/3 o médio.
  • 85% dos alunos aprovavam o ProInfo.
  • 65% dos alunos achavam as aulas mais interessantes com a introdução da
Informática.
  • 98% dos alunos entendiam que as aulas seriam melhores se os professores usassem o computador.
Avaliação do ponto de vista pedagógico:
  • 63,3% dos professores entendiam que o uso do computador trouxe melhoria no rendimento escolar.

Avaliação do desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes dos alunos:
  • A maioria dos professores entendia que o uso do computador contribui para  o desenvolvimento da curiosidade e da observação, da criatividade e da inovação, do trabalho em equipe, da leitura, da investigação e da experimentação.
  • Dentre 50 a 63% dos professores entendia que o uso do computadorcontribui para o desenvolvimento da organização e da estruturação do pensamento, da escrita, do raciocínio lógico-matemático, da identificação e da solução de problemas, e da compreensão de conceitos abstratos.
Como professor facilitador do ProInfo, desde 1999, deixo aqui o meu depoimento quanto às vantagens que esse projeto trouxe para a escola contemplada com essa sala de informática. Podemos dizer que estes computadores contribuíram com o desenvolvimento da coordenação motora e visual de nossos estudantes, contribuíram também para o letramento icônico, simbólico, de palavras e de textos através da tela e do teclado do computador. Além de contribuir  para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático: indução e dedução, e também para a intuição, através da interface do computador, e de jogos educativos. Auxiliou-nos, ainda, no campo da pesquisa, através do rico material atualizado da internet, que a biblioteca escolar não tem como manter a atualização de todos os assuntos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREITAS, Marcel Gleidson Bezerra de.  Relatório de programa público relacionado à tecnologia da informação: programa nacional de tecnologia educacional– Proinfo.
 <http://sip.proinfo.mec.gov.br/entidade/entidade_cad_adesao_proinfo.php> Acesso em 11/2/2011.


[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador pelo Proinfo – MEC – NTE MG. Pós-graduando em Mídias na Educação.

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