quarta-feira, 29 de junho de 2011

RÁDIOS DE BAIXA FREQUÊNCIA

Josué Geraldo Botura do Carmo

O que temos visto em termos de legislação e em debates sobre a questão das rá-dios que funcionam em baixa frequência que seriam as comunitárias, educativas, li-vres e piratas (essas duas últimas operam à margem dos dispositivos legais), é que a preocupação maior não é com a interferência ao controle de voos, que se chegou a afirmar até mesmo que essas rádios podem derrubar aviões, sabemos que a pre-ocupação real permeia questões políticas e econômicas dentro de um modelo de concessões não democráticas como acontecem em nosso país onde os meios de comunicação de massa estão nas mãos de sete famílias. Nem mesmo essa limita-ção de espaço para se operar as rádios, que são colocadas como questões técni-cas, não é verdade. O que a gente sente nesse debate todo é a incapacidade do Estado de resolver essa questão, pois de um lado estão as poderosas famílias de-tentoras das rádios comerciais e que em troca dessas concessões se prestam à propaganda, por outro lado essas rádios comunitárias, por não terem vínculo com o político e nem com o comercial, podem divulgar opiniões próprias. Há portanto um interesse de dificultar a concessão às rádios comunitárias. O próprio Lula, ainda quando presidente disse certa vez em entrevista que o problema não eram os avi-ões, e sim os “tubarões”.

Nós esperamos que todo esse debate que acontece no país hoje sobre a regulação dos meios de comunicação possa resultar de uma melhor democratização desses meios, e que se facilite a criação de rádios comunitárias, inclusive com apoio finan-ceiro. Precisamos de força política para vencer o monopólio no campo dos meios de comunicação no Brasil, tendo em mente que isso representa a pluralidade de ideias, a diversidade cultural e em consequência disso o fortalecimento da democracia no país.

REFERÊNCIA

BLOG do Plananto. Entrevista do presidente Lula a rádios comunitárias. Quinta-feira, 2 de dezembro de 2010 9:52. Acesso em 3/6/2011.

BORELLI, Viviane, [et al]. Rádios comunitárias e legislação: um estudo da progra-mação da Caraí FM e da comnorte FM, Santa Maria, RS. Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP) Ano 01 – Volume 01 Edição 01 – Janei-ro-Dezembro de 2010. Revista ALTERJOR. Acesso em 3/6/2011.

DONOS da mídia. Acesso em 3/6/2011.

JUS navigandi
Acesso em 3/6/2011.

MIDIACRUCIS’S Blog. Lula e a entrevista com as rádios comunitárias. 2/12/2011. Acesso em 3/6/2011.

TV Câmara. Rádios Comunitárias. Participação Popular. 26/9/2007.

PROGRAMAÇÃO DE RÁDIOS COMERCIAIS

Josué Geraldo Botura do Carmo

A programação das rádios comerciais brasileiras gira em torno de informações di-versas, piadas, brincadeiras, curiosidades, prestação de serviço, horóscopo, jorna-lismo em tempo real, saúde, alimentação, culinária, tendências da moda, entrevistas, reportagens, músicas, debates, notícias locais, nacionais e internacionais. Com inte-ratividade com os ouvintes através de cartas, e-mails, telefone, site, através do fale conosco, redes sociais. Análise de temas políticos, policiais e assuntos da comuni-dade, humor, fofocas.

Músicas variadas dos mais diversos estilos, muitas vezes escolhidas pelos próprios ouvintes.

Orações e mensagens para reflexão. Leitura de cartas dos ouvintes.

Esportes, com notícias do que acontece no Brasil e no mundo, divulgação de resul-tados, repercussões dos jogos, resultado das loterias, entrevistas, boletins diários sobre os times. Contratações, demissões, especulações, polêmicas. Jogos em tem-po real. Bastidores do futebol. Flashes ao vivo.

Publicidade e muitos prêmios aos ouvintes.

Jornalismo, com notícias regionais, nacionais e internacionais. Segurança, trânsito, política, saúde, trabalho, comportamento. Reportagens muitas vezes ao vivo. De-núncias de problemas sofridos pela população na área de saúde, transportes, edu-cação e segurança, comportamento e atualidades. Jornalismo de cunho policial, prestação de serviço com informações sobre o trânsito na cidade, veículos rouba-dos, campanhas educativas, pessoas desaparecidas. Clima, hora certa. Entreteni-mento com informações culturais: shows, exposições, eventos, filmes em cartaz, ex-posições e lançamentos.
Geralmente uma programação de 24 horas diárias.
No geral a programação é boa. Com muita música, jornalismo, e prestação de servi-ço, com muito envolvimento com o ouvinte.
Uma programação de boa qualidade é aquela com um jornalismo sério, sem sensa-cionalismos, com muita música, prestação de serviço, com possibilidade de partici-pação dos ouvintes, e poucos comerciais.
A Rádio CBN BH, tem uma programação jornalística de muito boa qualidade, assim como a Rádio Inconfidência tem uma programação cultural próxima a uma progra-mação de uma rádio educativa. Um programa que achei de baixa qualidade foi Boa Tarde Globo, com Alexandre Ferreira. Achei um discurso tendencioso por parte do apresentador.

REFERÊNCIA

RÁDIO BH. 102 FM. Belo Horizonte. 3 de junho de 2011.

RÁDIO CBN BH. 106.1 FM. Belo Horizonte. 3 de junho de 2011.

RÁDIO Globo BH. 1150 AM. Belo Horizonte. 3 de junho de 2011.

RÁDIO Guarani. 96,5 FM. Belo Horizonte. 2 de junho de 2011.

RÁDIO Inconfidência. 100,9 FM. Belo Horizonte. 2 de junho de 2011.

RÁDIO Itatiaia. 95,7 FM. Belo Horizonte. 2 de junho de 2011.

ESCOLA VIRTUAL

Josué Geraldo Botura do Carmo

Uma escola virtualizada é aquela capaz de fazer uso de recursos tecnológicos liga-dos à informação e à comunicação, principalmente os dispositivos móveis, fazendo com que todos estejam conectados, em sintonia permanente, propiciando eficiência e conforto frente ao conhecimento, à informação e à comunicação, em uma possibi-lidade de interatividade com os diversos formatos midiáticos digitais, recebendo e enviando mensagens de autoria ou coautoria em forma de texto, voz, foto, imagem, vídeo, música; ativando a criatividade através do desenvolvimento da capacidade in-tuitiva, capacidade de perceber possibilidades, e do conhecimento técnico que se constrói a partir da necessidade ao entrar em sintonia com a situação e do auxílio dos presentes ou de recursos virtuais disponíveis, pois o fato mais importante na questão da conexão, da informática, é a capacidade que se desenvolve de aprender a aprender, sabermos aprender o que desejamos, no momento que desejamos.

É um processo de aprendizagem colaborativa, em que se constrói uma inteligência coletiva. Estudantes, professores, e recursos virtuais de pesquisa se confundem nesse processo de ensino-aprendizagem. Com esses recursos o espaço físico esco-lar será potencializado. A aprendizagem acontece com orientação tanto no presen-cial, como no virtual, formal ou informalmente, sempre de maneira interdisciplinar. Teremos assim uma sociedade de homens e mulheres autônomos, autodidatas, in-dependentes, comunicativos e colaborativos.

E ainda essa conexão é capaz de alcançar não somente os estudantes, não somen-te os professores, mas toda a comunidade local, através da publicação de toda a produção escolar na internet, o que fará crescer mais a satisfação da produção. Fa-zendo da linguagem um veículo extrafronteira, promotor da nossa cultura.

A escola em si está longe dessa realidade, muitas vezes nem por falta de recursos tecnológicos, mas por questão pura e simplesmente de mentalidade, contudo eu a-credito que essa geração de jovens usuários é capaz de avançar com a escola, sem a escola e apesar da escola.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

PROJETO DIDÁTICO

Josué Geraldo Botura do Carmo
maio/2011


A nossa meta é conseguir uma comunicação abrangente com a comunidade escolar: corpo docente, discente, administrativo e familiares dos estudantes, numa perspectiva de reflexão sobre o meio em que vivemos e atuamos, pensando e repensando esse espaço, com vistas a transformações para uma melhor qualidade de vida. Esse projeto será trabalhado com turmas dos quintos anos do ensino fundamental. Serão trabalhados textos informativos, entrevistas, depoimentos, imagens fotográficas expressando a realidade, e a publicação desse material em site da escola. Dessa forma estaremos buscando uma interatividade entre toda a comunidade escolar, abrindo assim um canal de diálogo multidirecional, envolvendo a todos na observação e reflexão do seu entorno, seus potenciais e suas limitações.

Para tanto temos buscado material em diversas fontes sobre o bairro de São Benedito: entrevista, depoimento, fotografia e observação; esse material tem sido analisado, classificado, selecionado e publicado na internet, após revisão. Tem sido observado aspectos físicos, como moradias, ruas, praças, rios, vegetação; aspectos econômicos, como agricultura, indústria, comércio, prestação de serviços; aspectos humanos, como pessoas que aqui vivem, modo de vida, trabalho, diversão. O trânsito e os meios de transporte utilizados na região. E ainda igrejas, escolas, etc.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARMO, Josué Geraldo Botura do. OLIVEIRA, Maria Silvânia de. CUNHA, Viviane Aparecida Lima Cunha. Nosso ambiente (projeto). Santa Luzia MG: Escola Municipal Maria das Graças Teixeira Braga, 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Vivenciando o desenvolvimento de projetos com mídias integradas na educação. Relação gênero, suporte, linguagem. Unidade 4. Ano 2011.

PROJETO DIDÁTICO

Josué Geraldo Botura do Carmo
maio/2011


Os objetivos desse projeto são: unir a comunidade escolar através de uma ação comunicativa dialógica, e montar um banco de dados na internet com material produzido pelos estudantes sobre a história e geografia do bairro de São Benedito – Santa Luzia – MG. Nossa escola possui uma sala de informática e temos conexão com a internet, site da escola e câmara fotográfica. Nossos estudantes têm grande interesse em conhecer melhor a internet.

Sentimos falta de material, todas as vezes que vamos trabalhar o nosso bairro, tanto em história como em geografia, e sentimos necessidade de uma maior aproximação e participação de toda a comunidade escolar, tanto de dentro para fora da escola, como de fora para dentro desta, numa atitude dialógica, participativa e comunicativa, para que se possa criar um processo de cooperação para a promoção de uma melhor qualidade de vida em nosso entorno. E é com base em nosso Projeto Político Pedagógico que fala da necessidade de se promover a capacidade de compreender o entorno social para poder atuar sobre ele, que pensamos esse projeto.


Pensamos portanto nesse projeto interdisciplinar, envolvendo as disciplinas de História, Geografia, Língua Portuguesa e Arte, com a integração dos recursos mídiáticos: impresso, fotográfico e a internet. Esperamos que esse projeto nos auxilie na construção de nossa identidade, enquanto comunidade; e na constituição do sujeito, enquanto indivíduos.  É um projeto que tem um começo e estará sempre aberto para ser acrescentado, atualizado e corrigido.

É o primeiro projeto virtual de nossa escola, usando o espaço cibernético e a possibilidade da interatividade ampla pela comunidade escolar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARMO, Josué Geraldo Botura do. OLIVEIRA, Maria Silvânia de. CUNHA, Viviane Aparecida Lima Cunha. Nosso ambiente (projeto). Santa Luzia MG: Escola Municipal Maria das Graças Teixeira Braga, 2011.

ESCOLA Municipal Maria das Graças Teixeira Braga. Projeto Político Pedagógico. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Vivenciando o desenvolvimento de projetos com mídias integradas na educação. Integração das mídias ao projeto didático. Unidade 3. Ano 2011.

PESQUISA PEDAGÓGICA

Josué Geraldo Botura do Carmo
maio/2011


Vivemos um momento de transição e transformação, um período pré-paradigmático. Deslocamo-nos da cultura modernista do cálculo para a cultura pós-moderna da simulação. Do raciocínio lógico para a intuição que é a capacidade interior de perceber possibilidades. Esperamos com Habermas que a razão saia do invólucro instrumental, deixando de ser instrumento de dominação, poder e exploração, em favor de ações comunicativas alicerçadas na interatividade por meio da linguagem.  É uma revolução científica, novos métodos, novas técnicas, novos instrumentos de investigação, novas crenças e novos valores. Formas inéditas de ver e viver no mundo. Precisamos descondicionar o olhar.

A pesquisa pedagógica além do empirismo da observação da sala de aula, ela pode recorrer a estudos históricos, antropológicos, sociológicos e outros. O objeto de estudo é a sala de aula em uma visão mais ampla dentro da escola. Essa reflexão através da análise e interpretação do fenômeno vai contribuir para um ensino-aprendizagem de melhor qualidade.  O objetivo é compartilhar conhecimentos e experiências e desenvolver competências e autonomia, através da realidade cultural, econômica e política. Possibilitar a convivência na sala de aula com a diversidade, com novas formas de avaliação e compreensão da realidade social. Nesse processo o professor é um aprendiz, um mediador e um facilitador de processos educativos, valorizando hipóteses e experimentos. Essa experiência pode vir a solicitar um redesenho da sala de aula e da escola, tanto no campo físico como no estrutural e organizacional.

A pesquisa pedagógica envolve todo um processo de observação empírica da sala de aula, a reflexão do observado e vivenciado, a documentação dessas experiências, e deve basear-se em teoria, contemplar as diversas áreas do conhecimento. Ela  possui todas as características das demais pesquisas, sendo um meio de construção do conhecimento.

E é de fundamental importância que essa pesquisa seja sistematizada em projeto: escolher um tema que deve ter a sua delimitação, ter clara a sua justificativa do porquê a escolha do tema, levantar hipóteses, eleger objetivos, apresentar de forma clara o detalhamento do seu desenvolvimento, explicitar o processo de coleta de dados, descrever como será efetuada a análise e interpretação dos dados, e por fim elaborar um relatório que contemple todas esses quesitos.

O currículo não se esgota nas dimensões físicas de sala de aula, e isso é muito claro, hoje, para todos aqueles envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem. A internet, livros, revistas, jornais, filmes, etc. Tudo isso vem a complementar o currículo e vai até mesmo além do currículo formatado pela escola. A escola precisa repensar o seu currículo, o seu tempo, o seu espaço, a sua estrutura física e organizacional. E isso faz tempo que falamos e ouvimos falar, e muito pouco se tem feito. Passamos horas de nossas reuniões discutindo disciplina, métodos e técnicas de ensino, não se fala em desmontar a estrutura espacial e organizacional. Nessas não se toca. E a escola continua selecionando, excluindo, embora o seu discurso seja de inclusão social. E para que essa inclusão aconteça necessário se faz uma aprendizagem significativa, com participação ativa de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. O professor um mediador do processo, aquele que está atento às necessidades dos estudantes, sugerindo-lhe caminhos na construção do conhecimento. É papel do professor mediar processos de construção de saberes e competências contribuindo para o florescer de seres autônomos, independentes, autodidatas. Para tanto precisamos de professores com habilidades de autoria, inovadores e audaciosos, capazes de transformar a infraestrutura da comunidade em que atua através da consciência crítica de seus moradores, fazendo-os refletir sobre o seu entorno, seus direitos e deveres de cidadãos. Seres capazes de dialogar e negociar, de forma comprometida, participando ativamente das tomadas de decisões. E basta conseguirmos esse feito com uma geração, porque aprendizagem e desenvolvimento são instâncias interdependentes. Precisamos de uma aprendizagem significativa, para que se possa internalizá-la e fazer uso em seu contexto.

Nossos estudantes precisam saber fazer levantamento de material necessário para sua pesquisa, fazer a seleção desse material levantado, sintetizar esse material em um texto e acima de tudo saber compartilhar esse seu conhecimento construído usando os mais diversos recursos da ciência, da arte e da tecnologia para que o ensino atenda os campos cognitivo, afetivo e social. E para tal o professor tem que ter todas essas competências para poder orientar com precisão. O trabalho com projetos envolvendo as mídias e as tecnologias pode ajudar nesse processo. E poderemos dessa forma trabalhar sistematicamente de forma presencial, a distância e semi-presencial, primando pela interatividade em quaisquer das modalidades.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MELO, Maria Taís de. Processos de objetivação e subjetivação em ambiente de EAD. Revista Acadêmica. Jan. a junh./2007. Vol.1. nº 3. Pag. 13 – 27.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Pesquisa em Ciências Sociais. Unidade 1 – tópico 01. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Natureza do Conhecimento. Unidade 1- tópico 02. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Paradigmas da Ciência. Unidade 1- tópico 03. Ano 2011.

UNIVERSIDADE Federal de São João del-Rei. Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Pesquisa Pedagógica. Unidade 1- tópico 04. Ano 2011.





RELATÓRIO DE PESQUISA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI






JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO









RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE A TESE DEMOCRACIA E EDUCAÇÃO: PRESSUPOSTOS DE UMA EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA DE JOÃO RIBEIRO JÚNIOR













SÃO JOÃO DEL-REI
2011




Trabalho da Disciplina Metodologia da Pesquisa Científica do Curso Mídias na Educação da Universidade Federal de São João del-Rei, apresentado como requisito parcial para conclusão da disciplina, sob a orientação de Joana Alves Fhiladélfio.

Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública.
Anísio Teixeira

RESUMO

O trabalho propõe mostrar que a democracia antes de ser uma forma de convivência humana, mais explicitamente, uma vocação do homem que nasce de sua liberdade como pessoa, mas que só lhe será despertada através de uma educação que lhe permita realizar-se integralmente. Neste sentido o autor procura compreender mais democracia esclarecendo os fundamentais conteúdos de pensamentos incluídos na sua essência para depois explicar o que ela é efetivamente. Para tanto estuda a estrutura e os limites da democracia a fim de mostrar que a participação do povo no governo é um elemento fundamental para que se pense em democracia como uma constituição e com limites precisos e definidos. A partir desta visão o autor trata dos princípios fundamentais de uma educação para a vida democrática, comparando criticamente duas teorias educacionais democráticas, a de John Dewey e a de Lourenço de Almeida Prado. A seguir expõe os principais aspectos filosóficos e metodológicos de uma educação para a democracia, para concluir que o homem tem uma vocação democrática porque deseja a relativa felicidade temporal e a paz da convivência despertada e necessária numa educação realmente democrática[1].


Palavras-chave: Democracia – Educação.





INTRODUÇÃO

Foi escolhida para análise a tese apresentada como exigência parcial para obtenção de grau de Doutor em Educação (Filosofia da Educação)  de autoria de João Ribeiro Júnior intitulada Democracia e educação: pressupostos de uma educação para a democracia, de 1986 da Universidade de Campinas (UNICAMP). É uma pesquisa de feição teórica em que se buscou ampliar o conhecimento sobre o objeto utilizando fundamentalmente de recursos bibliográficos. O autor coleta dados e informações de diversos livros e artigos. A análise desses dados acontece no decorrer do texto, através de citações de diversos autores, com os quais ele dialoga, deixando transparecer a sua opinião. Após a coleta desses dados e informações ele os analisa e discute no texto, deixando por fim sua conclusão no final do trabalho, resultado de toda a análise dos dados coletados.
Seu trabalho consta da introdução, quatro capítulos, conclusão e bibliografia consultada.
O autor inicia a introdução dizendo que o trabalho se propõe mostrar que a democracia antes de ser uma forma de governo é uma forma de convivência humana, que nasce com o ser humano, mas é despertada através da educação. Temos aqui o objetivo do seu trabalho.

Depois ele faz uma longa defesa da questão da democracia e distingue o homem- indivíduo do homem-pessoa; e analisa o conceito de democracia ao longo da história, desde a Grécia antiga. Trata ainda do fosso existente entre a evolução sociológica e jurídica e da importância da participação popular direta ou indiretamente na elaboração da Constituição; questiona países que se dizem democráticos. Cita as diversas controvérsias sobre democracia da ala da direita e da esquerda. Defende a democracia como vocação humana e que nela está o caminho da realização do ser humano. E acredita que a educação pode formar esse homem-pessoa que é inacabado ou prematuro.

Ele afirma que a análise do problema de uma educação para a democracia objetiva um rigor científico, e que muitas das opiniões manifestadas nesse trabalho são pessoais e não pretendem oferecer provas onde nada pode ser provado, aqui ele indica a sua metodologia.

Sentimos falta na introdução desse trabalho de um resumo do projeto original,  e da justificativa do porquê da escolha desse tema para a pesquisa. Não vemos aqui também narradas as hipóteses levantadas pelo autor antes da realização da pesquisa.




CAPÍTULO I

DO CONCEITO E ESSÊNCIA DA DEMOCRACIA

Nesse  capítulo o autor fala do conceito e essência da democracia e situa o assunto no estado da arte. Defende a democracia como obra do povo, e como forma de vida. E analisa os autores de sua bibliografia: Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Karl Marx, e faz uma análise do Liberalismo.
Procura aqui compreender o que é democracia, esclarecendo, precisando e descrevendo, com possível rigor, os fundamentais conteúdos de pensamento incluídos na sua essência para poder explicar o que é democracia e para que serve.      



CAPÍTULO II


ESTRUTURA E LIMITES DA DEMOCRACIA

No segundo capítulo trata da opinião pública: conceito, tolerância e intolerância, e a propaganda na formação da opinião pública. Trata também do direito de eleger: vontade popular e voto. Conceitua Constituição, seu objeto e elementos. Discorre sobre a divisão dos poderes. Conceitua partido político e faz questionamentos sobre o bi e pluripartidarismo.  Trata da estrutura e limites da democracia, demonstrando que a participação do povo no governo, com direito próprio, é um elemento fundamental para que se pense em democracia como forma de vida social, que se estrutura em um  Estado de Direito, com uma constituição e com limites precisos e definidos.

Finalmente deixa nesse capítulo suas observações crítico-conclusivas, em que defende a viabilidade da democracia, bastando que exista liberdade de opinião, eleição para governantes e o direito do cidadão de associar-se politicamente. E para isso é necessário formar o homem-pessoa para a democracia, para que ele saiba viver democraticamente, dono de si mesmo, livre, mas disciplinado; disposto a colaborar com os outros homens pessoas, para a concretização do bem estar comum.


 

CAPÍTULO III

                                          EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA
  


No capítulo terceiro trata da educação para a democracia: educação na democracia, conceito de educação, educação para a democracia e suas especificidades.

Partindo da premissa de que a democracia não é um regime de massas, nem um instrumento indispensável do capitalismo, mas uma forma de vida e uma forma política de se pensar, que se fundamenta no ser vocacional do homem, tratando dos princípios fundamentais de uma educação para a vida democrática através de duas teorias educacionais opostas: a teoria de Dewey e a teoria de Lourenço de Almeida Prado.

CAPÍTULO IV


DIRETRIZES DE UMA EDUCAÇÃO PARA A DEMOCRACIA

No capítulo quarto traça diretrizes de uma educação para a democracia com suas bases filosóficas, objetivos gerais e específicos, da liberdade de aprendizagem, dos métodos de informação e processos de formação. Aqui foram examinados alguns problemas de maior envergadura de uma educação para a democracia, através da análise de seus objetivos; é aqui exposto e discutidos os principais aspectos filosóficos e metodológicos desta educação.

Finalmente deixa suas conclusões e a bibliografia consultada: livros e artigos.

 


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Para o autor a política é assunto de todos, e quanto mais educado for o povo, maior será a  consciência política e jurídica da comunidade e teremos assim autoridades melhores e mais justas. Ao povo cabe expressar a Constituição em seu estilo jurídico-político próprio. A democracia pressupõe que os governados compostos por maiorias e minorias sejam capazes de juízos políticos quanto capazes de perceber o bem comum acima dos interesses individuais ou de grupos. Daí a necessidade de uma educação eficaz para a democracia, que é o seu objeto de estudo, para que os cidadãos vejam mais longe dos interesses de sua classe, de seu grupo ou mesmo do seu partido político, em prol do bem comum. Em sua opinião cada vez mais o povo se desinteressa das funções do governo e se inibe de participar ativamente na política, a democracia fica em perigo mortal.

Em seu pensar, na democracia impera a discussão e a crítica com racionalidade, liberdade, responsabilidade e ética. A democracia é a melhor forma de organização política que um homem já conseguiu criar e que ele diz ser um impulso natural essa vocação para a democracia, em que a coletividade determina o bem-estar geral.

O que sentimos nesse trabalho é que o conceito de democracia do autor é o da democracia liberal, a democracia representativa. Hoje já conseguimos ir além dessa democracia representativa para uma democracia participativa. Para ele cada vez mais o povo se desinteressa das funções do governo, como se a política, nesse modelo representativo, não tivesse sido sempre privilégio de uma elite. Contudo ainda hoje, vinte anos após essa tese, sentimos que a educação não consegue ainda uma vivência democrática nem mesmo representativa, haja visto a ausência de organizações de pais, de estudantes, colegiados, conselhos, que quando existem são meros aparatos burocráticos. E ainda em seu trabalho não há uma proposta de democracia na prática, dentro das escolas, sua proposta fica no campo da teoria. A Educação Fiscal, criada pelo Governo Federal em 2005, e que de acordo com  as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental deve permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo é que pode dar início à essa educação para a democracia da qual nos fala João Ribeiro Júnior, num trabalho interdisciplinar e transversal.


REFERÊNCIAS

MARTINS, Ronaldo. Relatório de Pesquisa: o que é e como se faz. Material complementar do Curso Mídias na Educação da Universidade Federal de São João del-Rei, da disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, 2011.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010.

RIBEIRO JÚNIOR, João. Democracia e educação: pressupostos de uma educação para a democracia. 205 p. Tese (Doutorado) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, 1986.

SANTOS, Gildenir Carolino. CELETINO, Yoko Toma. Catálogo bibliográfico da produção da Faculdade de Educação / UNICAMP. Teses de doutorado de 1984 a 2005. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação. Biblioteca Prof. Joel Martins: Campinas, 2007.

VALSECHI, Octávio Antônio. Roteiro para elaboração de relatório de pesquisa. Universidade Federal de São Carlos. Araras – SP, 2001.


[1] Usamos aqui o resumo utilizado no Catálogo bibliográfico da produção da Faculdade de Educação / UNICAMP.