outubro/2012
Hoje o mundo do
trabalho confunde-se com a vida, com o jogo – “Eu quero aquele jogo de
escrever” – diz a criança diante do computador, se referindo a um editor de
texto. Um simples jogo, aparentemente sem pretensões, é capaz de trabalhar
conjunto, quantidade, tempo, espaço, coordenação motora e visual.
No ano de 2012 procurou-se
trabalhar nesse ambiente o tratamento da informação a partir de dados, e o
cultivo da comunicação usando de diversos recursos midiáticos que as novas
tecnologias oferecem. Incentivou-se sempre a autonomia e a colaboração durante
todas as atividades aqui desenvolvidas.
Trabalhou-se aqui com cada
estudante individualmente, de forma personalizada utilizando-se de textos,
slides, quadrinhos, charges, fotografias, vídeos, filmes e jogos educativos.
Atendeu-se a cada qual dentro dos seus interesses e no ritmo de cada um.
Deu-se também continuidade ao
projeto Nosso Ambiente, com imagens
da região da escola e nomes da rua principal e adjacentes. Já se tem no site da
escola um material inicial suficiente para se trabalhar o bairro com estudantes
das séries iniciais do Ensino Fundamental, no que diz respeito a dados e a
reflexão do meio em que se vive.
Trabalhou-se também, esse ano, de
forma mais efetiva com o Windows e o Linux, o que é um fator de riqueza para o
trabalho educativo. E os estudantes passam de um sistema para outro de forma
natural.
Para avaliar o trabalho realizado durante todo o ano
letivo de 2012, procurou-se observar três quesitos importantes para o mundo do
trabalho nos dias atuais:
Ø
Disposição para aprender;
Ø
Capacidade de relacionamento interpessoal;
Ø
Iniciativa (que se confunde com a criatividade).
Nesse ano foram atendidas 38
turmas, sendo 3 turmas da Educação Infantil, 7 turmas do 1º ano, 5 turmas do
segundo ano, 7 turmas do 3º ano, 6 turmas do 4º ano, e 10 turmas do 5º ano,
perfazendo um total de 1.048 estudantes, dentro de uma faixa etária de 5 a 15
anos.
A partir do dia 4 de outubro,
iniciou-se o processo de avaliação, de forma a ter um contato com todos os
estudantes de todas as turmas com uma observação mais aguçada de final de ano.
É uma avaliação por amostragem. Foram observados 559 estudantes, e isso nos é
suficiente, pois não tem caráter de reprovação, tem apenas o sentido de
reflexão sobre como nossa clientela está preparada para o mundo do trabalho.
Fez-se dessa forma os seguintes questionamentos: Os estudantes de determinada
turma,
Ø
São capazes de encontrar o que desejam através
de símbolos, signos e ícones; em meio a uma infinidade de programas e
documentos existente no computador?
Ø
São capazes de descobrir como se joga através de
regras ou instruções?
Ø
São capazes de descobrir a lógica do jogo, mesmo
quando não se têm regras e/ou instruções?
Ø
São capazes de personalizar uma configuração?
(Chamamos de jogo aqui toda e
qualquer atividade no campo da informática e da mídia)
Os questionamentos acima levaram
à observação dos três quesitos:
Ø
Têm nossos estudantes disposição para aprender?
Ø
Possuem estes mesmos estudantes um bom
relacionamento interpessoal?
Ø
Têm iniciativa?
Pôde-se constatar
estatisticamente que:
Dos 48 estudantes da Educação
Infantil, numa faixa etária de 5 a 6 anos de idade, observados, 46 estudantes
(96%) possuem disposição para aprender, 48 estudantes (100%) possuem uma boa
capacidade de relacionamento interpessoal, e 21 estudantes (44%) possuem
iniciativa. Apenas 4% não possuem disposição para aprender, e 56% não tem
iniciativa.
Dos 118 estudantes do primeiro
ano, numa faixa de 6 a 8 anos, observados, 117 estudantes (99%) possuem
disposição para aprender, 113 estudantes (96%) possuem uma boa capacidade de
relacionamento interpessoal, e 107 estudantes (91%) têm iniciativa. Apenas 1%
não tem disposição para aprender, 4% não possui uma boa capacidade de relacionamento
interpessoal, e 9% não tem iniciativa.
Dos 65 estudantes do segundo ano,
numa faixa de 7 a 11 anos, observados, 59 estudantes (91%) possuem
disponibilidade para aprender, 51 estudantes (78%) possuem capacidade de
relacionamento interpessoal, e 57 estudantes (88%) têm iniciativa. O que
significa que 9% não tem disposição para aprender, 22% não possui uma boa
capacidade de relacionamento interpessoal, e 12% não tem iniciativa.
Dos 75 estudantes do terceiro
ano, numa faixa de 8 a 15 anos, observados, todos possuem disponibilidade para
aprender, 69 estudantes (92%) possuem capacidade de relacionamento
interpessoal, e 70 estudantes (93%) têm iniciativa. O que significa, 8% não
possui uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, e 7% não tem iniciativa.
Dos 113 estudantes do quarto ano,
numa faixa de 9 a 15 anos, observados, 92 estudantes (81%) possuem
disponibilidade para aprender, 107 estudantes (95%) possuem capacidade de
relacionamento interpessoal, e 102 estudantes (90%) têm iniciativa. O que
significa, 19% não tem uma boa disposição para aprender, 5% não possui uma boa
capacidade de relacionamento interpessoal, e 10% não tem iniciativa.
Dos 140 estudantes do quinto ano,
numa faixa de 10 a 15 anos, observados, 113 estudantes (81%) possuem disponibilidade
para aprender, 119 estudantes (85%) possuem capacidade de relacionamento
interpessoal, e 105 estudantes (75%) têm iniciativa. O que significa, 19% não
tem uma boa disposição para aprender, 15% não possuem uma boa capacidade de
relacionamento interpessoal, e 25% não tem iniciativa.
O que significa que dos 559, numa
faixa de 5 a 15 anos, observados, 502 estudantes (90%) possuem boa
disponibilidade para aprender, 507 estudantes (91%) possuem boa capacidade de
relacionamento interpessoal, e 462 estudantes (83%) têm iniciativa. Então,
podemos afirmar que, segundo esta avaliação, 10% de nossos estudantes não tem
boa disponibilidade para aprender, 9% não tem boa capacidade de relacionamento
interpessoal, e 17% não tem iniciativa.
Os
gráficos abaixo poderão ajudar na reflexão:
Pode-se concluir que em um
universo de 1000 estudantes que é o caso da Escola Municipal “Maria das Graças
Teixeira Braga”, tem-se 900 estudantes com disposição para aprender; 910
estudantes com bom relacionamento interpessoal; e 830 com iniciativa. O que
significa que 100 estudantes não possuem disposição para aprender; 90
estudantes não possuem um bom relacionamento interpessoal; e 170 estudantes não
têm iniciativa.
Tivemos na caixa de sugestões as
seguintes solicitações dos estudantes que por aqui passaram:
Ø
25 solicitações da internet na sala de
informática, incluindo o acesso a redes sociais, a e-mails, ao google, à
webcam, ao facebook, ao msn e ao youtube;
Ø
17 solicitações de novos jogos, inclusive sete
solicitam o “MineKraft”.
Ø
Há ainda solicitações de novo televisor, de
reforma do piso, atualização dos computadores, fones de ouvido, manetes,
notebooks, projetor novo, tablet e video game.
Quanto ao MineKraft, não se tem
recursos operacionais suficientes para rodá-lo aqui em nossa sala, pois
trabalhamos atualmente com o Windows 98 e o Linux. Os fones de ouvido, que
recebidos no ano passado, nenhum mais está funcionando. São frágeis, e muitas a
pessoas utilizando, e muitas vezes sem os devidos cuidados, fazem com que não
durem muito. Na sala se tem apenas uma
caixa de som em funcionamento e assim mesmo de maneira precária, está ocorrendo
mal contato. A única solução que se encontrou foi orientar aos estudantes que
desejarem trabalhar com o som, que tragam fones de ouvido próprios, e cada um
cuide do seu. A reforma do piso é uma reivindicação antiga e que se faz
necessário. Os pés das cadeiras entram nos buracos do piso e caem, estragando as
cadeiras, podendo machucar as pessoas e tumultuando o ambiente.
Pôde-se observar durante esse período de avaliação
sistemática que as turmas mais produtivas são aquelas em que o grupo tem menos
preconceitos entre si, e agem sem competitividade, são mais amigos. Estes agem
com mais tranquilidade e confiança, de forma colaborativa. São menos ansiosos,
porque sabem que terão a sua vez, porque confiam no grupo.
Resta-se saber como trabalhar o não preconceito e a
colaboração em detrimento à competição. Talvez esses dois fatores sejam
essenciais para uma melhor produtividade. Pode-se concluir também que o
preconceito está diretamente ligado com a competitividade, pois é uma forma de
se tirar o poder do outro, para que se tenha mais poder.
Fica a reflexão: a confiança entre os elementos do grupo
poderá resultar em maior e melhor produtividade? E como trabalhar a confiança
em si e nos outros dentro de um grupo?
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